segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Nunca esqueça suas raízes

Raízes, o lugar de onde viemos, as pessoas que nos criaram, as pessoas com quem crescemos. Algumas pessoas acham que só sociedades indígenas ou sertanejas deveriam valorizar as suas, que em geral não deveríamos nos prender a raízes.

Eu acho que nenhum de nós deve esquecer as nossas. Nem aquele cara que apanhava dos pais, que sofria bullying na escola (quando ainda nem tinha esse nome) e tem todos os motivos do mundo pra esquecer completamente o passado.  Ele deve ter sempre em mente o lugar de onde veio, a vida que levou, para superar e saber que pode ser melhor do que ele mesmo pensava.

Felizmente estou no grupo dos que podem olhar pra trás e ter muito mais boas lembranças do que más. Há alguns dias estive em um casamento com meus pais e alguns amigos. Dentre esses, estavam dois que cresceram comigo, com quem estudei a vida toda, com quem tomei meu primeiro porre, pessoas de um grupo de cinco amigos que estavam juntos todo final de semana, seja saindo a pé ou apertados em um Uno. Hoje cada um vive em uma cidade, cada um tem seu cotidiano, teve e tem suas conquistas, seus problemas, fez novos amigos, enfim, cada um segue sua vida. Mas a maneira que me senti estando ali me fez pensar que nosso passado é uma parte muito forte de nós mesmos e que, muitas vezes, não damos valor a ele.

Gostamos de acreditar que somos completamente autônomos, que o passado não importa mais, que o que valem são o presente e os planos pro futuro, mas, aos 31 anos e depois de mais uma mudança de cidade, tive a certeza de que as pessoas e lugares que fizeram parte da minha vida nos meus primeiros 25 anos sempre estarão comigo em tudo que eu pensar, sentir, fizer, pelo resto da vida. Claro que fazemos coisas que não fazíamos antes, tentamos, erramos, acertamos, descobrimos, deixamos de lado algumas coisas, passamos a ter novos valores, mas é sempre bom lembrar nossas raízes, saber o que nos tornou quem somos. Provavelmente vem daí o uso da palavra “raízes”. Podemos até não enxergar, mas elas estão ali. E sem raízes qualquer vento pode nos derrubar.