quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cinema sem pretensão e pseudo cults

Eu vi Mercenários e achei legal porque não se leva nem um pouco a sério, o filme que mais vi na vida é Curtindo a Vida Adoidado, um exemplo de diversão despretensiosa, e quando criança devo ter visto aquele filme da gosma rosa no Cinema em Casa umas 4 vezes no mínimo. Também vi o Sétimo Selo do Bergman e gostei, vi Deus e o Diabo na Terra do Sol e não via a hora de acabar, aluguei uma comédia com aquele baixinho, Rob Schneider, e devolvi sem ver até o fim de tão chata. Você se pergunta: “Tá, e o quê você quer dizer?” Quero dizer que, para mim, cinema é uma questão de gosto e também de estado de espírito. Porém, muita gente não pensa assim, e chamo algumas dessas pessoas de “pseudo-cults”, pessoas que acham que o cinema só serve para passar alguma mensagem profunda ou para nos fazer pensar dias e dias sobre a visão que o diretor ou roteirista queria passar.

Claro que o cinema pode servir para isso, afinal, pensar não faz mal a ninguém. Já vi filmes bem interessantes que me levaram a alguma reflexão, mas acho que cinema também pode ser entretenimento puro e simples, sem muito compromisso com mensagens, filosofias ou dogmas. Dependendo do meu estado de espírito quero simplesmente dar risada, ver o Steven Seagal espancar 18 sem despentear o cabelo ou o Clint Eastwood matar cinco bandidos com quatro tiros, num dos seus faroestes clássicos.

Os pseudo-cults taxam tudo que não tem certa aura intelectualoide de lixo e sempre achei isso um saco. Na faculdade vi como eles são realmente chatos e algumas vezes patéticos. Em uma mesa de bar ou reunião qualquer, começavam a repetir algo que leram em alguma crítica (provavelmente escrita por algum pseudo-cult) sobre o último filme da Escola Expressionista de Vanguarda Lituana, mesmo que eles nem tivessem visto o filme e muito menos soubessem onde fica a Lituânia. Quando me perguntavam, eu fazia questão de dizer que não conhecia o assunto, e às vezes via a cara de desprezo por minha suposta ignorância, embora eu ao menos soubesse onde fica a Lituânia. Hoje, acho que deveria ter sido mais anárquico: “Olha, não sei os princípios do Dogma, mas ver uma insinuação de boquete na Loucademia de Polícia aos 6 anos influenciou minha visão de mundo”.

Portanto, conselho para algum pseudo-cult que passe por aqui: você pode passar a próxima semana vendo todos os filmes da mostra de cinema iraniano, mas qualquer dia alugue Superbad e dê umas risadas com o McLovin. Você vai ver que não arranca pedaço nem emburrece. E o mais legal, pode ser divertido!

6 comentários:

  1. Curtindo a Vida Adoidado reflete bem seu estado de espírito constante.. rsrsr.. é a sua cara total!
    Adorei o seu post e concordo com cada virgula.
    Beijos!

    LiJ

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  2. Thiagão, amigo querido! Seu blog está de parabéns. Adorei os últimos posts. Esse do cinema está leve, divertido e como o "Curtindo a vida adoidado", sem pretensão de ser uma crítica de cinema, e isso foi o mais legal de se ler! O cinema tem seus críticos, suas filosofias de mensagens a ser passadas, mas concordo com você, é entretenimento, sim! E diversão, sim. E também depende do nosso estado de espírito! Vamos todos ao cinema. Esses dias assisti "Se minha cama voasse", "The Goonies" e "O Labirinto". Não tem preço!!! Abração e continue postando. Voltarei mais vezes. Marina Toledo - Poeira Viajante

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  3. Hahaha, vc acha LiJ? Acho q já fui mais Ferris viu... Continue acessando, logo tem post novo

    Marina, que bom que gostou do blog. E volte mais vezes sim

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  4. Ava, parabens pelo blog, querido.
    Amoooooo McLoving!!!!!! as vezes eh mto bom assistir filmes pra dar risada e espairecer a cabeca...... knocked up tb eh hilario.
    Outras vezes nao se da nem pra chegar no meio do filme - eu mesmo ja dormi em varias "comedias" pq achei chato no momento, mas pude assistir mtas dessas em outros momentos
    Continue com seus textos :)

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  5. Oi Ava, amei o post! Tbm amo filme sem pretensão! E pra vc que gosta de Curtindo a Vida Adoidado...

    http://papelpop.com/euquero/index.php/2011/02/22/filme-curtindo-a-vida-adoidado-vira-jogo-de-tabuleiro/

    bjos! Sil

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  6. Creio que nem todo filme seja arte, na verdade, quase nenhum deles são. Mas uma boa quantidade serve como entretenimento, e se não tem objetivo de nos fazer refletir ou emocionar, o mínimo que se espera é nos divirta. Eu gosto de filme-arte, também gosto de dos passatempos. Lembrando que arte tbm é questão de ponto de vista, enfim, quer mais relativismo que isso?! Gostei do texto, sempre critico a galera que só assiste os filmes "cults", e olha que o meu diretor favorito é Bergman, mas dúvido que a noite com a namorada a pessoa vai querer assistir um filme tão denso e introspectivo quanto os da Triologia das cores, por outro lado é legal você apresentar um filme diferente para aquele amigo que não tem muita noção de cinema, eu vi O Lobo de Wall Street e adorei (Scosese <3), minha mãe tbm e ela n tinha nem ideia da influência e fama do diretor...

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